segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Is Mercosur the anchor that will sink Brazil?



The Southern Common Market or MERCOSUR as it is popularly known was established in 1991 by the Treaty of Asunción. Mercosur´s main purpose was to create a FREE TRADE ZONE among its member states, originally Brazil, Argentina, Uruguay and Paraguay, advocating the free movement of goods and services between member states and trading as a common market with other countries and other economic groups. Well, after this brief introduction I ask you, is trading between these countries free? Ask any Brazilian businessman who exports to Argentina and you will have the answer, NO!



Currently living the worst political and economical crisis after its redemocratization, Argentina of Cristina Kirchner has been imposing trade barriers to Brazilian products for years. After her reelection President Kirchner announced that she will continue to impose TRADE BARRIERS to imported goods, including those from Mercosur member states, until the end of her presidency and that Argentine businessmen will have until 2015 to become more competitive. I can understand that the Argentine government is trying to protect its market, nothing wrong with that, but what I can not understand is why the Brazilian government accepts to stay in this so called common market!



Because of Mercosur, Brazil is forbidden to negotiate bilateral agreements with other countries and common markets and for that reason we lose more and more ground in the international trading market. Right now the United States and the European Union are negotiating the creation of a mega common market and Brazil´s incapability of negotiating directly with the rest of the world will eventually cause our economy to plunge into a very turbulent crisis. So I will ask again, is Mercosur an anchor to Brazil?



List of Mercosur Trade Agreements
Here is some data to help you answer my last question. Mercosur has signed only 10 trade agreements with other countries or common markets since its establishment in 1991 with only 2 irrelevant FTAs. In the same period, 543 bilateral agreements were signed at the World Trade Organization (WTO). Have you noticed the weight of the anchor yet? Another important fact is that in 2013 the international trade surplus was the worst in 13 years, US$ 2.53 billion. The first 7 months of 2013 were the worst since the beginning of the series. The Brazilian trade balance accumulated a deficit of US$ 4.98 billion according to the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). We just closed the year with a surplus due to a maneuver where we "exported" oil rigs that actually never left Brazil. That's right, we sold oil rigs for foreign companies to be leased back to Brazilian subsidiaries but these oil rigs never physically left the Brazilian territory. Without this operation of US$ 7.73 billion the 2013 trade balance would have a deficit of over US$ 5 billion.



Argentina and the newest member of Mercosur, Venezuela, face a serious economic crisis with hyperinflation, stiff currency devaluation and enormous discredit in the international market. Argentina freezes prices, restricts the purchase of dollars and creates its own inflation rate, something around 1/3 of the estimated market rate. Venezuela´s government controls the market with an iron fist and nationalized dozens of foreign companies. Argentina was responsible for the largest default in history, or in technical terms, moratorium, the unbelievable amount of US$ 81 billion, a masterpiece of another Kirchner, the deceased Néstor. With a severe crisis of confidence our fellow common market members see their currencies devalue at an alarming rate. Argentine peso has lost 3.47 % in one day (01/22/2014) and 18.4 % since November 2013 against the U.S. dollar. In Venezuela the government attempts to control the currency rates with two rates, one for basic commodities such as food and the other for not essential products like airline tickets. The difference between the official and non-official rates are gigantic, one dollar is worth 6.30 bolivars for commodities and 11.30 for not essential products officially and 77 bolivars in parallel market.



You may be wondering... what does Brazil have to do with all this? Everything! Since Argentina is the third largest trading partner of Brazil behind only China and the United States. The risk is huge with serious impacts on the Brazilian economy mainly when it come to controlling inflation, foreign investment and economic growth. The rest of it we already know, high unemployment, real estate bubble, recession, violence, all that follows an economic crisis that Brazil already faced in several other crises like the cruel 90s crisis that led to the confiscation of the savings accounts of every Brazilian worker.




So what is the solution? Well, I'm no expert, but the solution seems pretty obvious. Force Mercosur´s Council to allow its member states to negotiate directly with countries outside the common market threatening to leave Mercosur which would essentially cease to exist without Brazil. After all we have the seventh largest nominal GDP in the world and it's time we use our strength to get what is best for Brazil.  


When the first regional agreement that preceded Mercosur, the Declaration of Iguaçu, was signed in 1985 a regional pact was needed because both countries, Brazil and Argentina, had just come out of dictatorial regimes and did not have international credit. A lot has changed since then, in fact EVERYTHING has changed since then and Brazil needs to adapt to these new market rules. The Economist published an article “Has Brazil Blown It?" in September 2013 almost apologizing for saying four years earlier that Brazil was the country of the future in the article "Brazil Takes Off". This articles shows our incompetence exploiting business opportunities that have been presented to us in the past years and whose main reason was the attachment to Mercosur. 

So one last question prevails, UNTIL WHEN?

sábado, 25 de janeiro de 2014

Será o Mercosul a âncora que afundará o Brasil?



O Mercado Comum do Sul ou MERCOSUL como é popularmente conhecido surgiu em 1991 com o Tratado de Assunção. Visando a construção de uma ZONA DE LIVRE COMÉRCIO entre os seus países membros, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o Mercosul preconizava a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os seus países membros e a negociação em BLOCO com países terceiros e outros blocos econômicos. Bem, após esta breve introdução eu lhe pergunto, será que o comércio entre esses países é ou já foi em algum momento livre? Pergunte para qualquer empresário brasileiro que exporte para a Argentina que você terá a resposta, NÃO!



Atualmente vivendo a pior crise política e financeira após a sua redemocratização, a Argentina de Cristina Kirchner a anos impõem barreiras comerciais a produtos brasileiros. Após a sua reeleição a presidente Kirchner anunciou que continuará a impor BARREIRAS COMERCIAIS a produtos importados, incluindo os dos países membros do Mercosul, até o fim de seu mandato e que os empresários argentinos terão até 2015 para tornarem-se mais competitivos. Eu até entendo que o governo argentino está tentado proteger o seu mercado, nada de errado com isso, mas o que não consigo entender é, porque o governo brasileiro aceita permanecer no bloco?



Por conta do Mercosul o Brasil fica IMPEDIDO de firmar acordos bilaterais com outros países e blocos econômicos, uma das clausuras centrais do Tratado de Assunção assim como a de livre comércio, por isso perdemos cada vez mais espaço no comércio internacional. No momento em que os Estados Unidos e a União Europeia negociam a formação de um mega bloco econômico, não poder negociar bilateralmente com o resto do mundo eventualmente afundará o Brasil, por isso refaço a pergunta, será o Mercosul uma âncora para o Brasil?



Alguns dados para lhe ajudar a responder a minha última pergunta. O Mercosul firmou apenas 10 acordos comerciais com outros países ou blocos, sendo meros 2 acordos de livre comércio, desde sua formação em 1991. No mesmo período foram firmados 543 acordos bilaterais na Organização Mundial de Comércio (OMC). Já perceberam o peso da âncora? Outro dado importante, em 2013 o superávit da balança comercial brasileira foi o pior em 13 anos, US$2,53 bilhões. Os 7 primeiros meses do ano passado foram os PIORES desde o início da série histórica, a balança comercial brasileira acumulou DÉFICIT de US$4,98 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Nos só fechamos o ano com superávit devido a uma manobra fiscal onde “exportamos” plataformas de petróleo que na verdade nunca deixaram o Brasil, isso mesmo, nós vendemos as plataformas para empresas no exterior para serem alugadas para subsidiárias brasileiras, mas fisicamente essas plataformas nunca saíram do território brasileiro. Sem esta operação que somou US$ 7,73 bilhões a balança comercial teria um déficit superior a US$5 bilhões. 



A Argentina e o mais novo membro do Mercosul a Venezuela, vivem graves crises econômicas com hiperinflação, forte desvalorização cambial e enorme descrédito do mercado internacional. A Argentina congela preços, restringe a compra de dólares e cria a sua própria taxa de inflação, algo entorno de 1/3 da taxa estimada pelo mercado. Já a Venezuela controla o mercado com punhos de aço e estatizou dezenas de empresas estrangeiras. Los Hermanos, os argentinos, não a banda, foram responsáveis pelo maior CALOTE da história, ou em termos técnicos, moratória, nada menos que US$81 bilhões, uma obra prima de outro Kirchner, desta vez o falecido Néstor. Com a grave crise de confiança nossos companheiros de bloco veem suas moedas desvalorizarem numa velocidade alarmante, 3,47% em apenas um dia (22/01/2014) e 18,4% desde novembro de 2013 de desvalorização do peso argentino frente ao dólar e na Venezuela o governo tenta controlar o câmbio com duas cotações, uma para produtos básicos como alimentos e outra para produtos de segunda necessidade como passagens aéreas, mesmo assim a diferença entre as cotações oficiais e paralelas são gigantescas com um dólar valendo 6,30 bolivares para produtos básicos, 11,30 para produtos de segunda necessidade na cotação oficial e até 77 bolivares na cotação paralela.



Você pode estar se perguntando sobre o que o Brasil tem haver com tudo isso? Muito! Já que a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil atrás apenas de China e Estados Unidos. O risco de contágio é enorme com graves impactos na econômica brasileira principalmente no controle da inflação, investimento estrangeiro e crescimento econômico. O resto nós já conhecemos, desemprego em alta, bolha imobiliária, recessão, violência, tudo o que vem acompanhando uma crise e que já vivemos em diversas outras crises como a da década de 90 que levou ao confisco das poupanças.



Então qual seria a solução? Bem não sou nenhum expert, mas a solução me parece óbvia, forçar o conselho do Mercosul a LIBERAR as negociações bilaterais dos países membros com outros países fora do bloco, sob ameaça de deixar o Mercosul que essencialmente deixaria de existir sem a presença brasileira, afinal possuímos o sétimo maior PIB nominal do mundo e está na hora de usarmos a nossa força para conseguirmos o que é melhor para o Brasil. Quando surgiu o primeiro acordo regional que deu origem ao Mercosul em 1985, a Declaração de Iguaçu, um pacto regional se fazia necessário, pois ambos países haviam saído de períodos ditatoriais e não gozavam de crédito internacional, mas muito mudou desde então, na verdade TUDO mudou desde então e precisamos nos adaptar com urgência as novas regras do jogo. A revista The Economist publicou um artigo “Has Brazil Blow It?” (O Brasil Estragou Tudo?) em setembro de 2013 quase que se retratando por afirmar quatro anos antes que o Brasil era o país do futuro na reportagem “Brazil Takes Off” (O Brasil Decola), isso mostra nossa INCOMPETÊNCIA em aproveitar as oportunidades comerciais que nos foram apresentadas nos últimos anos e cujo a principal razão foi o vínculo com o Mercosul. Portanto uma última pergunta prevalece, ATÉ QUANDO?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Como otimizar um processo de negócio



Neste artigo apresentarei uma técnica prática e eficaz para o aprimoramento dos processos corporativos, o mapeamento de processos. Esta técnica é apenas a ponta do iceberg de um tema muito mais abrangente denominado Business Process Management (BPM), ou Gestão por Processos de Negócio. Explicarei brevemente a metodologia de BPM, seus benefícios e ferramentas, mas o foco de nossa conversa é o primeiro passo desta metodologia o MAPEAMENTO DE PROCESSOS.


A revolução industrial mudou a humanidade, disto ninguém tem dúvida. Progredimos de meros artesãos, responsáveis por todas as etapas do processo produtivo, para funcionários com funções específicas. Tomemos por exemplo um sapateiro, enquanto artesão ele era responsável por desenhar, comprar a matéria prima, fabricar e vender o sapato, além de controlar todo o fluxo de dinheiro, documentos e informação de seu negócio. 

A consequência desta centralização era uma baixa produtividade, já que ele não podia focar apenas naquilo que era excelente, a fabricação de sapatos, mas a revolução industrial e pioneiros como Henry Ford mudaram tudo isso. Agora o sapateiro pode apenas fabricar sapatos, pois outras pessoas realizarão a venda, a compra da matéria prima e todas as outras atividades necessárias para o sucesso do negócio. Genial certo? Sem dúvida, mas essa estrutura organizacional verticalizada, funcional, trouxe com si outra consequência, a criação de feudos ou ilhas dentro das empresas, onde cada um se preocupa apenas com a sua tarefa e perde a visão do todo.



A ABPMP (Institute and the Association of Business Process Management Professionals) define a Gestão por Processos de Negócio ou Business Process Management (BPM) como:


“Uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, monitorar, controlar e medir os processos de negócios automatizados e não-automatizados para alcançar resultados consistentes e alinhados com os objetivos estratégicos da organização.”


Eu ressaltaria que o principal objetivo do BPM é de prover o ALINHAMENTO dos processos de negócios com a estratégia, os objetivos e a cadeia de valor das empresas, transformando-as de organizações verticais, focadas em departamentos funcionais, em organizações horizontais focadas em processos, com uma VISÃO DO TODO


Devido a popularização desta metodologia e as diversas “linguagens” utilizadas na hora de mapear os processos, tornou-se necessário a criação de uma linguagem única, padronizada, tanto para os usuários finais quanto para os analistas de TI que automatizam os processos, chamada de BPMN (Business Process Management Notation). Essa linguagem basicamente lhe mostra quais símbolos utilizar na hora de construir um FLUXOGRAMA (representação gráfica dos processos) e atualmente quase todos os softwares a utilizam. Existem diversos softwares de BPM, muitos gratuitos como o BIZAGI, o programa que eu utilizo (não é propaganda, mas além de ser gratuito e muito simples de usar, o site deles oferece treinamento gratuito desde o nível iniciante até o expert em automação), mas se buscarem no GOOGLE “software de BPM” vocês encontraram um gama de programas para escolher.


Os principais benefícios desta metodologia são:

- Maximizar o uso dos recursos;

- Racionalizar o fluxo das informações;

- Eliminar processos e atividades redundantes ou que não agregam valor;

- Gerar sinergia na empresa;

- Aumentar a produtividade;

- Reduzir custos.


A linguagem BPMN pode ser um pouco intimidadora para um primeiro contato com a gestão por processos, por isso recomendo que utilizem uma linguagem mais simplificada neste primeiro mapeamento.


Exemplo de um processo mapeado e criticado


A atividade é representada pelo quadrado. O Losango representa um ponto de decisão, divergência ou convergência de atividades, por exemplo, numa atividade de conferir um recebimento existe um momento de decisão onde o caminho do fluxograma mudará se a quantidade estiver correta ou não, se estiver correta seguirá em frente e se estiver errada será ajustada ou devolvida. As setas direcionam o fluxo de atividades em predecessoras e sucessoras. Os triângulos “deitados” são processos de entrada ou saída, quando o processo atual é interligado a outros processos, como por exemplo, o processo de faturamento que está ligado ao de venda assim como o de expedição. Os símbolos de ERP, Excel e bloco de notas são referencias ao tipo de controle ou interação sistêmica e as bandeirinhas coloridas e os textos em vermelho fazem parte da crítica do processo.


Com essa simbologia básica você será capaz de mapear e criticar os processos atuais de forma eficiente e descomplicada, adicione símbolos caso necessário, mas não esqueça de acordar com todos os envolvidos uma simbologia comum a todos. Eu costumava utilizar o VISIO da Microsoft nesta primeira fase, pois era mais fácil de gerenciar os símbolos, as críticas e o fluxograma como um todo, mas vocês podem utilizar qualquer software que faça fluxogramas e incluir as críticas no PowerPoint quando forem preparar a apresentação do trabalho.

Agora vamos ao passo a passo de como OTIMIZAR um processo através de seu MAPEAMENTO.



1º PASSO: MAPEAR O PROCESSO ATUAL “AS-IS”


O primeiro passo para chegar a algum lugar é saber onde você está atualmente, um conceito aplicável a qualquer aspecto de nossas vidas, certo? Bem, com o mapeamento de processos não é diferente, por isso o primeiro passo é desenhar o processo atual, sem se preocupar com críticas ou visões futuras, mas como fazê-lo?


- Eleja um FACILITADOR para realizar o mapeamento, preferencialmente alguém que não pertence ao departamento mapeado e que tenha um perfil analítico. Você deve estar se perguntando por que não alguém da área a ser mapeada? Simples, pois esta pessoa já conheceria a rotina do departamento e muitas vezes até as atividades mapeadas por isso não faria as perguntas necessárias para a etapa futura de criticar o processo atual.

- NÃO CRITIQUE o processo durante a entrevista de mapeamento (uma conversa com que executa o processo), apenas anote o processo atual mesmo que você não concorde com ele, guarde as suas críticas para uma etapa futura.

- Faça perguntas sobre os DETALHES DA OPERAÇÃO, o porquê de uma atividade específica, quais documentos são usados e para que servem, quais as ferramentas são utilizadas no processo, enfim tudo aquilo que lhe ajudará a descrever a situação atual.

- Faça um esboço do FLUXOGRAMA e aprove-o com o entrevistado, caso necessário revise-o.

- Tenha em mente os CRITÉRIOS a serem criticados antes de iniciar a entrevista e faça perguntas relacionadas as esses aspectos específicos, por exemplo, eu utilizado 5 critérios: PROCESSO, GESTÃO, TECNOLOGIA, TREINAMENTO e INVESTIMENTO.

- Caso julgue necessário solicite a assinatura do entrevistado corroborando com as informações coletadas, pois já presenciei casos onde o entrevistado mudou de opinião após rever o processo CRITICADO.



2º PASSO: BENCHMARKING


Muitos especialistas em gestão por processos não incluiriam esta etapa, já que nem sempre ela é viável, mas se estamos reformulando os nossos processos não seria bom saber o que o MERCADO está fazendo? Existem sites que lhe fornecem referencias de processos para BENCHMARKING, indicadores de desempenho (KPI), procedimentos e normas técnicas, use-os. Busque grupos em redes sociais como LINKEDIN que permitam esta troca de informações, fale com fornecedores e clientes, as opções são variadas, tudo depende do seu desejo de pesquisar.



3º PASSO: CRITIQUE O PROCESSO ATUAL


O sucesso desta etapa está diretamente relacionado com o sucesso da primeira, quanto mais informações relevantes você tiver coletado durante o mapeamento do processo, melhor será a sua crítica. Você pode utilizar os critérios que eu utilizo ou criar os seus, mas é importante que todos do grupo de trabalho concordem com eles. Vou explicar os meus 5 critérios.


- PROCESSO: são críticas relacionadas ao conjunto de atividades, se elas deveriam existir, se são redundantes ou não agregam valor. Também incluo nesta categoria atividades que não deveriam ser realizadas pelo responsável atual, mas por outra pessoa.

- GESTÃO: geralmente relacionadas à falta de gestão, principalmente controle. Por exemplo, o recebimento de materiais sem conferência ou retiradas de itens de estoque sem pedidos ou requisições no sistema.

- TECNOLOGIA: quando um processo pode ser suportado por um sistema e não é por falta de vontade do responsável ou adequação do sistema. Quando um sistema tem o módulo inventário rotativo, mas o gestor realiza a apuração do inventário em planilha de Excel, por exemplo.

- TREINAMENTO: se um funcionário realiza uma tarefa de forma inadequada ou não a realiza, por não saber como fazer ou por nunca ter sido propriamente treinado.

- INVESTIMENTO: são problemas relacionados à falta de recursos apropriados para a realização da tarefa, por exemplo, como conferir o recebimento de líquidos a granel (em caminhões tanque) sem uma balança rodoviária ou um medidor de volumetria? A falta de controle neste caso está relacionada à falta de investimento e não de gestão, pois o funcionário não possui as ferramentas adequadas para realizar a tarefa.


Exemplo de uma tabela de críticas de processo


 Eu gosto de criticar em VERMELHO o processo no próprio fluxograma, já que causa um impacto maior, mas pode ficar um pouco “embolado”, principalmente em processos com muitas críticas, por isso eu recomendo criar uma tabela simples com o processo, a atividade criticada, a categoria da crítica e a descrição da crítica, pois facilita o entendimento. Após criticar o processo debata com o grupo de trabalho, explique a suas críticas e peça a opinião deles. Eu costumo revisar o processo criticado com o entrevistado antes de apresentar para os patrocinadores do projeto, diretores e gerentes, pois geralmente o entrevistado quer melhorar a forma que trabalhar e poderá contribuir com o projeto, além de evitar o sentimento de “traição” caso ele seja questionado pelo gerente da área.



4º PASSO: REDESENHE O PROCESSO COM VISÃO DE FUTURO “TO-BE”


Agora chegou a hora de propor soluções para todos os problemas apontados na fase de mapeamento e crítica do processo atual, tendo em mente sempre a necessidade de alinhamento com os objetivos estratégicos da empresa e o conceito da cadeia de valor onde toda atividade que não agrega valor deve ser eliminada, reduzida ou automatizada.


- Proponha um novo fluxo de trabalho otimizado;

- Inclua pontos de controle e indicadores de desempenho (KPI);

- Automatize atividades repetitivas quando possível;

- Defina os papeis e responsabilidades dos envolvidos no processo;

- Modele seu processo a fim de ter o maior nível aderência ao seu sistema corporativo ERP;

 - Minimize o uso de controles paralelos ao sistema;

- Proponha o fornecimento dos recursos necessários para a equipe realizar o trabalho, destacando os benefícios como os ganhos de produtividade e relacione um retorno para o investimento (ROI).


Desenvolva um primeiro esboço do PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP), detalhando passo à passo todas as atividades do processo, incluindo quais os documentos e equipamentos necessários, as interações com outros departamentos, os responsáveis por cada atividade do processo, as interações com o sistema ERP e se possível todas as telas dos módulos utilizados, além do resultado final esperado do processo. Quando for desenvolver o POP pense que você está treinando um novo funcionário, portanto utilize uma terminologia apropriada, a mais simples costuma ser a mais eficiente, detalhe tudo aquilo que você considera essencial para a realização de um bom trabalho. Inclua o fluxograma e quando necessário: fotos de equipamentos, ferramentas, matéria-prima e produtos resultantes do processo. Existem dezenas de modelos de POP, escolha um que seja mais apropriado para sua empresa.



5º PASSO: IMPLANTAÇÃO


Idealizar um processo otimizado é uma coisa, implantá-lo é algo completamente diferente! Você provavelmente encontrará resistência pelo caminho então VENDA a ideia, caso a resistência persista peça ajuda do seu PATROCINADOR (geralmente o principal executivo ou dono da empresa). Desenvolva um PLANO DE AÇÃO para tornar a visão futura do processo uma realidade, incluindo todas as ações necessárias para atingir esse objetivo, como a implantação ou adequação de módulos do seu sistema ERP, compra de ferramentas, treinamento de funcionários, etc. Após a primeira fase da implantação revise os processos novamente, pois nem sempre o fluxo idealizado é o mais eficiente na prática, por isso consulte o responsável pela EXECUÇÃO do processo e peça um feedback, caso julgue necessário ajuste o processo. Lembre-se a DISCIPLINA é determinante no sucesso ou fracasso deste projeto de melhoria.


Exemplo de mapeamento de processo com BPMN


Confesso que quando iniciei este artigo tive muita dificuldade em concluí-lo, não por falta de conteúdo, mas exatamente pelo oposto. A gestão por processos de negócio é tão abrangente e útil que a minha maior dificuldade foi escrever um artigo objetivo e curto, por isso, recomendo que continuem pesquisando sobre esse tema. Existem instituições internacionais focadas em BPM (como há o PMI para gestão de projetos e a ASQ para qualidade), inclusive há um manual de melhores práticas e certificações para quem se interessar. Inicie pelo básico, o MAPEAMENTO DOS PROCESSOS, e evolua para a automação e for fim a gestão por processos, mantenha uma mentalidade KAIZEN (melhoria contínua) que o céu é o limite.